quinta-feira, 9 de julho de 2015

Papa sobre a RCC: “É uma corrente de graças”

 altO Santo Padre encontrou, na tarde desta sexta-feira (04/07), na Praça São Pedro, no Vaticano, mais de 30 mil membros da Renovação Carismática, que se reúnem para a sua 38ª Convocação. Tratou-se de um encontro de oração e cantos, espiritualidade e evangelização, que contou com a presença de representantes das Comunidades Cristãs de todo o mundo.
Ao chegar à Praça São Pedro, muito ovacionado, o Santo Padre deu continuação ao encontro, com uma oração ecumênica espontânea, junto com os milhares de Carismáticos e de Representantes de algumas Confissões Religiosas:
“Pai, enviai-nos o Espírito Santo, para que nos ensine tudo aquilo que Jesus nos transmitiu; dai-nos a memória daquilo que ele nos disse; enviai-nos o Espírito Santo, que Jesus nos prometeu. Ele nos guiará rumo à unidade. Senhor Jesus, vós pedistes para todos nós a graça da unidade, nesta Igreja que é vossa e não nossa e que a história dividiu. Jesus, ajudai-nos a caminhar rumo à unidade ou a uma diversidade reconciliada. Senhor, vós cumpris sempre o que prometestes. Dai a unidade  todos os cristãos”.
A seguir, após ouvir os testemunhos e experiências de alguns membros do Movimento Carismático, o Bispo de Roma passou ao seu discurso, ao qual, como sempre, fez acréscimos espontâneos.
O único insubstituível na Igreja, frisou o Papa, é o Espírito Santo; o único Senhor é Jesus! As divisões entre os cristãos, portanto, são um contra testemunho: “A unidade dos cristãos è obra do Espírito Santo e devemos rezar juntos. É um ecumenismo espiritual, um ecumenismo de oração”.
Por outro lado, disse o Pontífice, a realidade atual e os nossos mártires nos unem em um único “ecumenismo de sangue”, recordando os 23 egípcios que foram decapitados, há poucos meses, em uma praia da Líbia: “Se o inimigo nos une na morte, quem somos nós para dividir-nos na vida?”
Depois, referindo-se às palavras do Cardeal Léon-Joseph Suenens, grande promotor, protetor e incentivador da Renovação  Carismática, que a definiu o Movimento como “fluxo de graça”, o Papa exortou a agir: “O rio deve perder-se no oceano; se parar, se corrompe”. Da mesma forma, se esta corrente de graça não acabar no oceano de Deus, se torna obra do maligno, o “pai da mentira”.
No entanto, o Papa afirmou que foi um grande erro chamar a Renovação Carismática como “Movimento”, porque ela não tem um fundador, mas inclui uma grande variedade de realidades:
“É uma corrente de graças, um sopro renovado do Espírito a todos os membros da Igreja, leigos, religiosos, sacerdotes e bispos. É um desafio para todos nós. Ninguém faz parte da Renovação, mas ela faz parte de nós, com o pacto de que aceitemos a graça que nos oferece”.
Esta obra soberana do Espírito, destacou o Papa, suscitou homens e mulheres renovados na Igreja; depois de terem recebido a graça no Batismo, no Espírito, deram vida a associações, comunidades ecumênicas, escolas de formação e de evangelização, congregações religiosas, comunidade de ajuda aos pobres e necessitados.
No entanto, explicou o Santo Padre, também na Igreja seria conveniente que “todos os serviços prestados tenham um vencimento no tempo”. Neste sentido, convidou os presentes a investir “nas relações artesanais diárias” e não “nos grandes encontros” que, muitas vezes são passageiros.
Por fim, antes de conceder sua Bênção Apostólica aos milhares de Carismáticos, presentes na Praça São Pedro, o Bispo de Roma exortou a tomar em mãos a Bíblia e, com a Palavra de Deus, irem pelo mundo pregar a Boa Nova que Jesus nos deixou: “Preguem aos pobres, marginalizados, cegos, enfermos, encarcerados e a todos os homens e mulheres. Que o Senhor os acompanhe nesta missão, sempre com o Evangelho no bolso e a Bíblia na mão”.
Fonte: Rádio Vaticano

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