O
Santo Padre encontrou, na tarde desta sexta-feira (04/07), na Praça São
Pedro, no Vaticano, mais de 30 mil membros da Renovação Carismática,
que se reúnem para a sua 38ª Convocação. Tratou-se de um encontro de
oração e cantos, espiritualidade e evangelização, que contou com a
presença de representantes das Comunidades Cristãs de todo o mundo.
Ao chegar à Praça São Pedro, muito ovacionado, o Santo Padre deu
continuação ao encontro, com uma oração ecumênica espontânea, junto com
os milhares de Carismáticos e de Representantes de algumas Confissões
Religiosas:
“Pai, enviai-nos o Espírito Santo, para que nos ensine tudo aquilo que
Jesus nos transmitiu; dai-nos a memória daquilo que ele nos disse;
enviai-nos o Espírito Santo, que Jesus nos prometeu. Ele nos guiará rumo
à unidade. Senhor Jesus, vós pedistes para todos nós a graça da
unidade, nesta Igreja que é vossa e não nossa e que a história dividiu.
Jesus, ajudai-nos a caminhar rumo à unidade ou a uma diversidade
reconciliada. Senhor, vós cumpris sempre o que prometestes. Dai a
unidade todos os cristãos”.
A seguir, após ouvir os testemunhos e experiências de alguns membros do
Movimento Carismático, o Bispo de Roma passou ao seu discurso, ao qual,
como sempre, fez acréscimos espontâneos.
O único insubstituível na Igreja, frisou o Papa, é o Espírito Santo; o
único Senhor é Jesus! As divisões entre os cristãos, portanto, são um
contra testemunho: “A unidade dos cristãos è obra do Espírito Santo e
devemos rezar juntos. É um ecumenismo espiritual, um ecumenismo de
oração”.
Por outro lado, disse o Pontífice, a realidade atual e os nossos
mártires nos unem em um único “ecumenismo de sangue”, recordando os 23
egípcios que foram decapitados, há poucos meses, em uma praia da Líbia:
“Se o inimigo nos une na morte, quem somos nós para dividir-nos na
vida?”
Depois, referindo-se às palavras do Cardeal Léon-Joseph Suenens, grande
promotor, protetor e incentivador da Renovação Carismática, que a
definiu o Movimento como “fluxo de graça”, o Papa exortou a agir: “O rio
deve perder-se no oceano; se parar, se corrompe”. Da mesma forma, se
esta corrente de graça não acabar no oceano de Deus, se torna obra do
maligno, o “pai da mentira”.
No entanto, o Papa afirmou que foi um grande erro chamar a Renovação
Carismática como “Movimento”, porque ela não tem um fundador, mas inclui
uma grande variedade de realidades:
“É uma corrente de graças, um sopro renovado do Espírito a todos os
membros da Igreja, leigos, religiosos, sacerdotes e bispos. É um desafio
para todos nós. Ninguém faz parte da Renovação, mas ela faz parte de
nós, com o pacto de que aceitemos a graça que nos oferece”.
Esta obra soberana do Espírito, destacou o Papa, suscitou homens e
mulheres renovados na Igreja; depois de terem recebido a graça no
Batismo, no Espírito, deram vida a associações, comunidades ecumênicas,
escolas de formação e de evangelização, congregações religiosas,
comunidade de ajuda aos pobres e necessitados.
No entanto, explicou o Santo Padre, também na Igreja seria conveniente
que “todos os serviços prestados tenham um vencimento no tempo”. Neste
sentido, convidou os presentes a investir “nas relações artesanais
diárias” e não “nos grandes encontros” que, muitas vezes são
passageiros.
Por fim, antes de conceder sua Bênção Apostólica aos milhares de
Carismáticos, presentes na Praça São Pedro, o Bispo de Roma exortou a
tomar em mãos a Bíblia e, com a Palavra de Deus, irem pelo mundo pregar a
Boa Nova que Jesus nos deixou: “Preguem aos pobres, marginalizados,
cegos, enfermos, encarcerados e a todos os homens e mulheres. Que o
Senhor os acompanhe nesta missão, sempre com o Evangelho no bolso e a
Bíblia na mão”.
Fonte: Rádio Vaticano
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